Eis uma prova escrita, dificilmente mais explícita, como há cargos, sejam públicos ou privados, que são ocupados segundo a cor partidária e a amizade.
No e-mail transcrito nesta notícia, Abdool Vakil, então presidente do Banco Efisa, sugere a José Oliveira Costa, no início da década, a pedido deste e segundo critério definidos pelo ex-presidente da Sociedade Lusa de Negócios (SLN), um conjunto de nomes do universo do Partido Socialista (PS) para integrarem os órgãos sociais do Efisa, a instituição financeira que funciona como braço de investimento do Banco Português de Negócios (BPN).
As referências dos potencias candidatos nem por uma única vez são competências técnicas, conhecimentos financeiros, económicos ou de gestão, mas apenas serem do PS e serem amigos de alguém. Por exemplo:
As referências dos potencias candidatos nem por uma única vez são competências técnicas, conhecimentos financeiros, económicos ou de gestão, mas apenas serem do PS e serem amigos de alguém. Por exemplo:
- "Deputado pelo PS" (...) " muito próximo do actual PR (e também amigo do Neto Valente dado que este foi há anos colega do escritório Jardim, Sampaio e Caldas)"
- "PS muito bem inserido na máquina do Partido"
- "Dou-me bem com ele; veio há dias almoçar comigo ao banco;"
- "está neste momento ligado à CGD e daí que, mesmo sendo um bom amigo, não possa"
Este caso, apesar de possivelmente não ser de corrupção, porque aparentemente não terá havido uma troca directa de favores, parece um exemplo de tráfico de influências.
O que se ganha em ter pessoas do PS nos órgãos sociais de um banco? Favores do Estado pela relação destes com membros do Governo? "Agora dou eu dinheiro a estes, no futuro espero que faças o mesmo comigo e com os meus amigos"?
Este mail pode não provar nada, nem comprometer o governo de então, o de agora ou um futuro.
Mas então como justificar, por exemplo, a divisão dos cargos de administração da CGD e do BCP por pessoas do PS e do PSD. Quais as suas qualificações, para funções altamente remuneradas, para além do cartão partidário?
A resposta que são empresas privadas e têm os seus critérios próprios e independentes, tantas vezes dada pelos políticos, deve ser verdadeira. Estas pessoas possivelmente devem valer o seu salário, pelos favores que conseguem obter do Estado para as instituições que representam.
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