domingo, 29 de novembro de 2009

A história de Isaltino

Faltava nestes arquivos o caso de Isaltino Morais.

Entre 1993 e Março de 2002, o actual presidente da Câmara de Oeiras depositou cerca de 1,32 milhões de euros em numerário em contas na UBS, valores que transferiu em 2003 para as contas da irmã e do sobrinho. A desconfiança do Ministério Público baseou-se no facto de Isaltino ter ganho no mesmo período de tempo cerca de 350 mil euros enquanto autarca e ministro.

Isaltino Morais deve ser o único caso de condenação a prisão efectiva por corrupção em Portugal - para além de participação económica em negócio, branqueamento de capitais, abuso de poder e fraude fiscal.

No entanto, continua em liberdade.
Chegará o dia que Portugal terá alguém condenado e preso por corrupção?Isaltino disse que as contas na Suíça eram do sobrinho

Eis a história completa de Isaltino aqui:

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Cronologia de um golpe

Eis um excelente texto sobre um aparente caso de tráfico de influências, de controlo de instituições financeiras e meios de comunicação social.

Parece que as consequências para o autor foram imediatas.
"Pedro Lomba: “A propósito do que li aqui e aqui, confirmo que publiquei esta crónica no Público a 12 de Novembro, quinta-feira e na segunda-feira da semana seguinte, dia 16 de Novembro, a 2 horas de entregar o meu texto pronto para ser publicado na edição de terça do Diário Económico, como sempre fiz desde o princípio de 2008, fui contactado pelo editor de opinião do jornal informando-me de que a minha colaboração era dispensada. Não obstante ter escrito imediatamente ao director do Diário Económico manifestando a minha surpresa por ter sido dispensado sem uma explicação no próprio dia em que iria entregar um artigo, não recebi qualquer resposta.”

sábado, 21 de novembro de 2009

Condenações ajudam a progredir na carreira?

Promover, na administração pública, pessoas para cargos que não têm competências ou quando claramente não têm a conduta exigida, tem que ser punido.
Têm que haver critérios e justificações para as decisões.


Vejam este caso, em que nem quatro condenações, duas delas por crime de abuso de confiança fiscal, impedem (será que até ajudaram?) de se ser promovido na administração fiscal:

"
Face Oculta
Chefe do fisco que ajudava Godinho foi promovido por três directores-gerais
19.11.2009 - 07h47
Por João Ramos de Almeida
Ao longo de dez anos, três directores-gerais de Impostos aceitaram promoções e transferências entre postos de chefia do chefe das Finanças de São João da Madeira, recentemente suspenso pelo tribunal de Aveiro na sequência da operação Face Oculta.

Essas decisões foram tomadas, apesar dos avisos do director distrital de Finanças de Aveiro e mesmo depois de quatro condenações judiciais, duas delas por crime de abuso de confiança fiscal.

Quando, em finais da década de 90, Mário Sousa Pinho era adjunto da repartição de Finanças de Ovar e se candidatou a chefe, responsáveis tributários de Aveiro avisaram Lisboa que aquele adjunto não reunia as condições exigidas. Dois quadros tributários ouvidos pelo PÚBLICO recordam-se desses avisos.
(...)
"

Notícia completa em:
http://economia.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1410469

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Basta?

"O julgamento em que o deputado António Preto é arguido, está a ser posto em causa por um erro com uma vírgula na morada de uma empresa, cometido pela Direcção Geral de Contribuições e Impostos."

Publicado no Expresso desta semana.
Não conheço mais pormenores.

Mas esta é apenas mais uma notícia que me fazem partilhar o sentimento de Miguel Sousa Tavares, também publicado na mesma edição do Expresso:

"(...) o país que trabalha, que estuda, que inova, que arrisca e que dá trabalho a outros; o país que não foge ao fisco nem tem offshores e que paga impostos até por respirar; que não enriquece na bolsa nem vive a mendigar subsídios do Estado; que paga a escola dos filhos, as suas despesas de saúde e o seu plano de reforma, nada esperando da Segurança Social; o país que tem pudor em fazer negócios escuros com as autarquias ou as empresas públicas; o país que ainda não apanhou um avião para o exílio mas que também não deseja um lugar nos aviões das suas visitas de Estado a Angola, esse país está a ficar farto.""


Vai sendo tempo de dizer BASTA!. Se se conseguem juntar 100 mil professores contra um modelo de avaliação, o que é necessário para juntar os portugueses contra o clima de impunidade permanente?

Textos publicados até ao momento

  • Taguspark - parte 2
  • Propostas concretas: quem pega nelas?
  • Abaixo de zero no combate à corrupção
  • A amizade vale ouro
  • Taguspark, ou o que fazem administradores de empresas públicas
  • As regras que fazemos são para os outros
  • "Gama espera medidas concretas de combate à corrupção até Junho"
  • Ricardo Rodrigues, o rosto do PS de combate à corrupção
  • Fingir que se quer combater a corrupção?
  • Corrupção sim, precipitação não!
  • A história de Isaltino
  • Cronologia de um golpe
  • Condenações ajudam a progredir na carreira?
  • Conselho de Prevenção da Corrupção (CPC)
  • A corrupção não existe em Portugal
  • Imunidade a multas
  • Lista de deputados do PSD: a passividade face à corrupção continua
  • Negócio ruinoso para o Estado, negócio milionário para outros
  • Direitos de deputados ou privilégios de quem legisla para si próprio?
  • Acumulação de salários
  • Opinião
  • Iniciativa positiva pela transparência em Portugal
  • Gebalis: 5 milhões de euros pagos por nós para três pessoas os gastarem em uso pessoal?
  • Condenação
  • ? Qualificações: saber fotocopiar e ter um irmão deputado. Salário: 20 mil euros mensais ?
  • O combate à corrupção em Portugal
  • Reais rendimentos vs Salários declarados
  • Nomeações para a Galp
  • Competências relavantes para o cargo: amigo e do partido do Governo
  • Estado paga a advogados para defender pessoas que o Estado acusa de terem usado indevidamente dinheiro do Estado
  • Missão da acção social da Câmara de Lisboa: dar casa a quem não precisa, para além de já lhes pagar o salário
  • A corrupção, mesmo quando provada e condenada, compensa
  • 1999, Viagens fantasma
  • Manifesto