... olhando para as prisões ou para as entrevistas feitas a responsáveis políticos.
Na entrevista na passada semana a José Sócrates, as perguntas de Júdite de Sousa dividiram-se entre:
- As já inúmeras vezes repetidas com respostas que se sabem - sobre os professores, sobre a relação com o presidente da República, sobre o Freeport (perguntada em tom de quem pede desculpa por o fazer), etc.
- E as totalmente irrelevantes - se vai apoiar Cavaco em 2011, o que acha de ser considerado sexy, etc.
Não se ouviu uma única vez as palavras corrupção e tráfico de influências ou se perguntou o que Sócrates acha do acordo entre o actual e um anterior ministro das obras públicas do PS, agora presidente da Mota Engil, ter sido considerado ruinoso para o Estado pelo próprio Tribunal de Contas?
Ou, pegando nas próprias palavras de Sócrates a afirmar que confiava na justiça, não se perguntou porque motivo não havia ninguém em Portugal condenado e em prisão efectiva por corrupção ou tráfico de influências? É por os nossos políticos e agentes económicos serem de uma honestidade muita acima de quaisquer outros cidadãos, portugueses ou estrangeiros? Se não o são, então o que propõe para alterar o actual clima de impunidade?
Perguntas que dada a actual situação e o sentimento da maioria do povo português, qualquer jornalista razoável faria, em vez de repetir perguntas e questionar sobre banalidades e intrigas políticas.