sexta-feira, 2 de abril de 2010

Propostas concretas: quem pega nelas?

João Cravinho continua certeiro nas palavras. Pena ter abandonado o palco correcto - Assembleia da Republica - para as proferir e defender.

Mesmo assim, parece ser a única pessoa ligada a um dos grandes partidos a pôr o dedo na ferida. Regressou por umas horas à Assembleia da República para falar na comissão anticorrupção.

Eis algumas frases e ideias expressas retiradas da notícia do Público:

  • "A corrupção política está à solta"
  • "despartidarizar a administração pública e escolher dirigentes públicos pelo mérito e competência"
  • Defendeu o fim de nomeações políticas em "toda a administração directa e indirecta, gestores de sociedades de capital público e em empresas onde há participação do Estado".
  • Apresentou uma solução para os processos de contratação de dirigentes, com a inclusão de uma comissão independente mandatada para organizar o processo de selecção, aberto a todos os cidadãos, propondo depois "dois ou três candidatos".
  •  A actual lei, denunciou, "conduz à partidarização", falando mesmo em "casos significativos" em Portugal de "manifestações de redes de tráfico de influência que desviam a administração dos seus objectivos últimos".
  • "Não podemos continuar a ter um governo sem estratégia explícita de combate à corrupção", defendeu, para depois perguntar para que serviam "700 planos de anticorrupção" se o executivo não tomava em mãos a iniciativa. 
  • Sobre os offshores defendeu que "as entidades de que não se conheça o beneficiário último não poderá ter personalidade jurídica". 


Não haverá nenhum dos deputados do PS ou PSD que pegue e desenvolva estas propostas?
Até em termos pessoais, seria bom para quem o fizesse. Podia ganhar inimigos dentro do seu próprio partido, mas ganharia um respeito e admiração no país.
E, na actual conjuntura, partido que recuse a adoptar medidas fortes e concretas anti-corrupção, arrisca-se a a ver reduzida a sua base eleitoral.

Outra notícia com mais propostas:
http://www.ionline.pt/conteudo/53348-joao-cravinho-a-corrupcao-politica-esta--solta

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