quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Corrupção sim, precipitação não!

Em 2006, João Cravinho, então deputado do PS, apresentou no Parlamento várias medidas para prevenir e combater a corrupção.

Aceitou abandoná-las e ir embora - em troca foi administrar o Banco Europeu de Reconstrução e Desenvolvimento (BERD), em Londres.
Em 2007, deu uma entrevista à Visão em que disse:
Foi dos maiores choques da minha vida ver que aquela matéria causava um profundo mal-estar, era como um corpo estranho no corpo ético do PS. Apesar de algumas dificuldades que antevia, não contava com uma atitude de absoluta incompreensão para a natureza real do fenómeno da corrupção.


Hoje, o PS vai votar contra os projectos do Bloco de Esquerda para criminalizar o enriquecimento ilícito e para levantamento do sigilo bancário no combate à fraude.

Deverá também votar contra projectos para alterar o Código Penal em matéria de corrupção e para consagrar a cativação pública das mais-valias Urbanísticas para prevenir a corrupção e o abuso do poder.

Os socialistas vão acusar os bloquistas de “precipitação”


Pelo menos desde 2006 que o PS anda a evitar legislar alguma coisa que possa ter algum efeito prático positivo contra a corrupção, para não se precipitar.

Se não é ser corrupto, parece pelo menos demonstrar uma grande conivência com a corrupção. Pela (in)acção politica, demonstra muito mais a sua atitude face à corrupção, do que em quaisquer escuta que seja feita.

Continua a haver só uma forma de alterar isto. Com pressão das pessoas.

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