quinta-feira, 4 de março de 2010

Taguspark, ou o que fazem administradores de empresas públicas

O Taguspark é o maior parque tecnológico do país, de capitais maioritariamente públicos.
Contratou o Luís Figo por 750 mil euros para uma campanha até agora inexistente e incompreensível: o que se ganha em associar um futebolista a um parque tecnológico?
Muito se falou sobre isto.

Mas, independentemente das motivações, há já um facto muito concreto de algo que está profundamente errado.

O presidente do conselho de administração do Taguspark, Matos Ferreira, afirma que desconhecia totalmente a existência do contrato:
"Não sei quando é que essa campanha foi decidida, mas ela nunca foi discutida nas reuniões do conselho da administração."

Pergunta-se: de que serve um conselho de administração se não está a par de uma  campanha, em que apenas o contrato com um dos intervenientes custa 750 mil euros? Depois há que somar todo o trabalho de realização, filmagens, divulgação, entre outros.

Das duas uma:
1 - Não há a obrigação dos administradores da empresa terem conhecimento dos negócios deste valor que são feitos pelos seus funcionários em nome desta. Assim, pergunta-se: para que servem estes administradores, provavelmente pagos a peso de ouro?

2 - Há essa obrigação legal dos administradores terem conhecimento e aprovarem o negócio. Se assim é, claramente quem assinou o contrato cometeu uma ilegalidade e deve responder por isso.


Independentemente das suspeitas de que este contrato foi uma retribuição do apoio de Figo ao Sócrates, estes factos, por si só, deviam ter consequências políticas e legais.

Notícia das declarações da edição do Expresso de 20 de Fevereiro de 2010.

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